3 Maneiras de Desenvolver a Autoconfiança –

Desenvolver a autoconfiança é uma necessidade comum a todos os seres humanos. Por mais confiantes que sejamos, haverá sempre momentos da nossa vida em que nos sentiremos menos inspirados, menos felizes, pouco confiantes e até incapazes de ter sucesso. Neste sentido, é importante conhecer maneiras de garantir que a nossa autoconfiança se mantém elevada. Isto contribuirá para que estejamos aptos a lutar pelos nossos objetivos ou até mesmo, e principalmente, para nos sentirmos bem connosco mesmos.

Estas são 3 maneiras de desenvolver a autoconfiança:

Reduzir a Auto Conversa Negativa

Auto conversa é um diálogo que acontece na nossa mente, entre nós e o nosso crítico interior, aquela voz que temos na cabeça e que nos diz que aquilo que estamos prestes a fazer é errado, ou perigoso. Esta voz contribui inúmeras vezes para nos influenciar de forma positiva e para que façamos escolhas mais acertadas. Todavia, nem sempre tem algo útil a dizer e no meio das complicações da nossa vida, a auto conversa pode tornar-se bastante destrutiva.

Tendemos a acreditar devotamente no que a voz nos diz e muitas vezes tornamo-nos vítimas de nós próprios. Dizemos coisas as nós mesmos que nem admitiríamos que alguém nos dissesse. Isto é a auto conversa negativa. Coisas como: “nunca foste bom a fazer amigos”; “a tua família não precisa de ti”; “nunca fazes nada bem”… Repetindo constantemente estas afirmações ‘aos nossos ouvidos’ é natural que tenhamos a autoconfiança muito baixa, o que trará consequências negativas para o nosso estado de espirito, produtividade, vida social, bem estar psicológico e até físico.

É suposto termos controlo sobre esta voz e não sermos controlados por ela. Assim, para desenvolver a autoconfiança, é necessário tomar novamente controlo deste crítico interior e selecionar aquilo que escolhemos acreditar no meio de tudo o que nos diz.

Como controlar o lado negativo do crítico interior e desta forma, aumentar a autoconfiança?

  • Apanhar uma auto conversa negativa em flagrante. Quando nos apercebermos que estamos a dizer algo a nós próprios que não admitiríamos que nos dissessem, nem diríamos a nenhum amigo, é tempo de parar e impedir a nossa entrada nesta espiral de negatividade. Este exercício é importante porque nos permite perceber quantas vezes ao dia nos tratamos mal e ajuda-nos a entender que pode ser necessário alterar o tipo de auto conversa que temos.
  • Alterar a intensidade da sua linguagem. Por exemplo, se dizemos a nós mesmos “Eu odeio quando faço…” podemos substituir por “não gosto quando faço…”; “Não valho nada…” por “cometi um erro…”. Isto reduzirá significativamente a negatividade com que a voz nos ataca e dá-nos controlo sobre ela.
  • É importante perguntarmos quão verdadeiro, encorajador e útil é aquilo que estamos a dizer a nós próprios. Devemos parar o pensamento negativo enquanto este ainda se encontra em cena, e transformá-lo imediatamente em algo encorajador. Por exemplo, ao entrar para uma apresentação se o nosso crítico disser “Eu não sou capaz, vou falhar !!! PARA !!!!”; Substituímos por: “Já enfrentei desafios semelhantes e fui bem-sucedido, com certeza serei novamente”. Isto não é apenas uma estratégia de pensamento positivo. A verdade é que nós acreditamos nas histórias que contamos a nós mesmos e elas determinam a qualidade da nossa vida. Neste sentido, já que temos a oportunidade de escolher, mais vale contar histórias positivas, úteis e encorajadoras.
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Comparar aquilo que Somos com o que Fomos

No mundo de hoje, onde é possível conhecer os grandes feitos que outras pessoas realizaram até do outro lado do mundo, é difícil sentir que as nossas conquistas têm algum valor. Comparativamente aos restantes 7 biliões de pessoas, é inevitável que aquilo que atingimos, por maior que seja, será sempre excedido por milhares de outras pessoas.

Temos uma tendência natural para nos comparar com os outros. Somos seres sociais e é inevitável olhar para o que os outros estão a fazer e perceber qual a sua maneira de viver em comparação com a nossa. Também não há dúvida de que a observação dos outros pode ser uma ferramenta bastante poderosa. Se queremos atingir um determinado objetivo e sabemos de alguém que já o atingiu, talvez valha a pena olhar para essa pessoa e aprender a sua fórmula do sucesso. O problema é que nós conhecemos as nossas falhas e defeitos, conhecemos as nossas vulnerabilidades e medos e comparamos esse ser, com toda a sua fragilidade, às máscaras sociais das outras pessoas. Ou seja, comparamos tudo o que sabemos sobre nós, do bom ao mau, com uma outra pessoa numa pequena área da vida em que esta se saiu maravilhosamente.

Um exemplo clássico: um homem extremamente bem-sucedido no contexto profissional (advogado por exemplo), e nós que também somos advogados comparam-nos com os seus feitos e sentimo-nos inferiores porque não ganhamos tanto dinheiro, não temos tantos processos e não ganhamos tantos casos. Contudo, ignoramos o facto de que este homem “bem-sucedido” não tira férias, trabalha 16 horas por dia, tem uma família desequilibrada, o casamento está por um fio e os filhos sentem falta de atenção do pai. Em contrapartida, nós trabalhamos 8 horas por dia, temos férias todos os anos, temos um bom ambiente familiar e às 4as feiras ainda vamos mandar uns chutos na bola com os amigos. Quem é realmente bem-sucedido? O que é ser bem-sucedido?

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Uma máscara social é um ótimo esconderijo para os problemas e fragilidades que todos temos. Parece uma comparação desigual olhar para apenas aquilo que alguém conseguiu realizar e comparar isso com todos os domínios da vida que existem atrás da nossa própria máscara. Não podemos comparar-nos com o incomparável, cada pessoa é o produto de um conjunto de histórias, circunstâncias, motivações e objetivos diferentes. Viver em comparação com os outros é criar um plano para uma vida de insucesso. Em vez de desenvolver a nossa autoconfiança, este jogo de personas faz com que esta diminua pois estamos a propor-nos a atingir uma realidade que não existe.

Todos os dias temos algo a melhorar em nós, podemos subir na carreira, ter objetivos pessoais, contribuir para o bem da família, isso são ideais realistas pois estão construídos dentro do contexto da nossa vida. É irreal querer ser “bem-sucedido” como o Sr. Advogado se nem sabemos em que circunstâncias ele verdadeiramente se encontra.

A cada melhoria que fazemos em relação a nós próprios sentiremos a autoconfiança a aumentar, pois veremos as marcas do nosso progresso. É importante então, compararmo-nos ao que fomos para que essa evolução seja real.

Recompensarmo-nos pelas Vitórias

Todo o comportamento que é recompensado tem tendência a ser repetido e todo o comportamento que é punido tende a parar de acontecer. Qualquer objetivo alcançado por mais pequeno que seja é uma vitória uma vez que significa que estamos a progredir.

Para desenvolver a autoconfiança, é importante auto recompensarmo-nos após a concretização de uma tarefa ou conquista de um objetivo. Isto contribuirá para que sintamos não só que somos capazes de atingir o próximo objetivo, mas também que valerá a pena fazê-lo, já que iremos ser recompensados por isso.

De modo a procurar motivos para nos recompensarmos, devemos prestar atenção às nossas vitórias diárias. Uma forma de o fazer é perguntar a nós mesmos: Em relação a que é que eu me posso sentir bem hoje?

Alguns exemplos de pequenas conquistas são:

  • Tirar tempo para fazer exercício físico
  • Ajudar alguém que precisava
  • Cometer um erro e aprender com ele
  • Começar a trabalhar no próximo projeto
  • Ser assertivo e dizer não quando é necessário
  • Ler 5 páginas de um livro

Posto isto, uma proposta de exercício diário para trabalhar a autoconfiança seria:

  1. Todos os dias à noite escrever 3 coisas pelas quais estamos orgulhosos de ter conseguido realizar nesse dia.
  2. No final de cada semana fazer uma pequena reflexão (entre 20 a 100 palavras) sobre como nos sentimos essa semana ao refletir sobre o que alcançámos.
  3. Recompensarmo-nos: fazendo algo que gostemos, comendo algo que gostemos, ir àquele sítio que há bastante tempo queríamos visitar… (qualquer coisa que seja uma recompensa positiva serve).
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Com este exercício estamos a treinar o nosso cérebro para estar mais atento àquilo que fazemos bem e a todos os sucessos que temos. Além disso, a recompensa reforça o comportamento de prestar atenção às conquistas e ajuda a perceber que mesmo as pequenas vitórias têm uma gratificação.

Conclusioni

Em conclusão, entendemos assim, que desenvolver a autoconfiança é uma possibilidade que está completamente ao nosso alcance e que depende inteiramente de nós. Eliminando a nossa auto conversa negativa, garantiremos que não nos autodestruímos interiormente e com uma base interior sólida, o exterior tem um impacto negativo muito menor em nós. Da mesma forma, evitar comparações daquilo que conhecemos em nós, com o pouco que conhecemos nos outros previne-nos de uma competição injusta, irreal e impossível de vencer. Olhar para os nossos feitos de cada dia e tirar o maior proveito do dia seguinte para os superar revela-se uma estratégia muito mais eficaz tanto para o nosso sucesso como para desenvolver a autoconfiança. Por fim, depois de todos os esforços para não nos martirizarmos e para superar hoje aquilo que fomos ontem, é crucial recompensarmo-nos para manter a nossa motivação elevada, a nossa autoconfiança sólida e um mundo psíquico prazeroso.